quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Nostradamus

As previsões sempre dão certo. Tudo é como era para ser. Com efeito, tudo é como era para ser. Mas, por favor, sejamos diferentes, descontínuos, ilógicos. Eu suplico, esqueçamos os planos dos deuses, digamos não aos  amores que sempre se completam. Vejamos nossos valores, não há dessa sorte hoje, em nenhum lugar: todos estão onde deveriam estar, sem exceção. Não ambicionamos essa sina, precisamos reinventá-la; venha comigo. Apenas os sonhos prosseguem verdadeiros, irrealizáveis, eu quero o prazer de surpreender a ti e a mim mesmo, realizando-os.

Quero que te desconcertes, quero que desligues as razões. Tudo é tão supérfluo, o amor é uma barbárie tão perdida. Me ajudes a criar um colapso, a descompor toda construção divina, a resgatar nossa audácia infantil aos poucos desconstruída. Não gosto dessa nossa liberdade, ela é usada de forma tão pífia. O atual amor é insuficiente, fujamos disso, é sombrio e solitário. Desde quando o amor é tão complexo? Desde quando o amor é tão simples? Sei, tudo é incorreto.

Façamos nossa própria distopia. Essa é a nossa luz. Sejamos diferentes. Nossas rebeldias atuais são inoperantes. Quero algo além do mundo. Venha, quebraremos o ciclo, dominaremos o que nunca foi nosso. As coisas não descobertas, simplesmente, estão perdidas, mas não conosco. Por que só Deus pode quebrar a lógica? A magia é irrestrita. 

Não, não me dê o amor de Shakespeare.