domingo, 11 de novembro de 2012

Balão mágico

Sim caro leitor, tu não estas lendo errado, são 9:19 da manhã e nem dormi ainda. Minha mente não tão lúcida como deveria me diz que devo escrever algo. Talvez seja um forte impulso do efeito do álcool que me faz tirar pensamentos de meu subconsciente e expô-los a ti. Ou talvez seja a cena que presenciei na saída da festa que participava. 

Eis que estou sentado em um canto, isolado, pensado no que devo fazer de minha vida. Meus momentos alcoolizados me fazem pensar se estou andando pelo caminho certo, se tudo que escolhi ou que tento escolher em minha vida são caminhos certos. "O álcool entra, e a verdade sai". Uma frase tão curta, com um sentido inexplicável.

Enquanto pensava nisso, vejo com um garoto. Não tenho ideia de sua idade, mas chutaria entre 13 a 14 anos. Um garoto simples que acompanhava sua mãe enquanto ela trabalhava. Se não me engano eram seis horas da manhã. Olhava para meu relógio e tentava achar um motivo para o menino ter acordado tão cedo.

Acompanhando o menino estava um balão de gás hélio em seus minutos finais de efeito. O garoto brincava com o balão como se fosse seu melhor amigo. Dava pulos de alegria e cuidadosamente fazia de tudo para que seu balão não escapasse, até que por um descuido o balão adentrou o céu.

Vi o desespero da criança em estar perdendo um amigo. Queria salvá-lo de qualquer maneira, mas já era tarde. Então me perguntei: será que a esperança do garoto foi junto com o balão? A magia de estar alegre é apenas momentânea?

Enquanto via o balão subir, fiz uma retrospectiva. Peguei a palavra felicidade e tentei decifrá-la em meu dicionário próprio: palavra que me remete a momentos inexplicáveis, mas que em um piscar de olhos me é roubada por atos. Fiz isso também com a palavra esperança: me faz sonhar, me faz viver, mas a perco quando os fatos me provam que devo esquecê-la.

Assim resumi a manhã do menino: a felicidade do garoto era imensurável, mas momentânea, pois o vento não conhece o que são sentimentos, e assim levou seu balão. A esperança era inexplicável, mas a distância do balão lhe mostrava o quão sensível é o coração, que perdeu a esperança de tê-lo mais uma vez.

O fato mais marcante é que mesmo estando sem seu melhor amigo ele arranjou forças e virou a tristeza de cabeça para baixo com um golpe chamado recomeço. Com novas peças ele voltou a brincar. Já o balão foi só mais um, que entrou em sua vida, lhe trazendo felicidade e ensinamentos e se foi, motivando o garoto a buscar novos rumos.

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